Tendências: permanências mais longas em alojamento local em destinos que já reabriram

Tendências: permanências mais longas em alojamento local em destinos que já reabriram

Uma revolução está a mudar a forma como vivemos e trabalhamos, provocando também alterações na forma como viajamos. A COVID-19 libertou subitamente dezenas de milhões de pessoas da necessidade de trabalhar em locais e em momentos específicos. Agora pode-se trabalhar a partir de qualquer lugar, viajar a qualquer hora, e ficar por mais tempo. Enquanto tecnologias como o Zoom tornam possível trabalhar a partir de casa, a conhecida plataforma Airbnb está agora a aproveitar esta oportunidade de mercado tentando tornar possível trabalhar a partir de qualquer país e, em última análise, viver em qualquer lugar.

Para analisar esta tendência, encomendou um inquérito que foi realizado em 5 países a 7.500 consumidores tendo concluído o seguinte:

  • Mais de um terço (38%) dos empregados em regime misto dizem que preferem deixar os seus empregos do que voltar a trabalhar pessoalmente a tempo inteiro;
  • Quase dois terços (63%) de todos os inquiridos afirmam ter vindo a esperar mais flexibilidade por parte dos seus empregadores;
  • Um terço diz que, após a pandemia, viverão noutro lugar enquanto trabalham remotamente, e com mais frequência do que antes da crise;
  • Mais de um terço (37%) dizem que irão empreender mais viagens de longa duração.

Observando também o comportamento dos consumidores desta plataforma, à medida que algumas partes do mundo começam a emergir da pandemia se apoiam ou não estas tendências, constata-se que estão a ocorrer grandes mudanças:

  • Cada vez mais pessoas estão a recorrer a este tipo de alojamento: de Julho a Setembro, 20% das dormidas reservadas foram para estadas de um mês ou mais. Este ano, os hóspedes estão a gastar mais com estas estadas, mostrando-se ser cada vez mais longas agora do que em qualquer momento anterior.
  • Em 200 destinos em todo o mundo, as pessoas já estão a viver de forma mais ou menos permanente neste tipo de alojamento: 30% das dormidas de hóspedes nestes lugares optaram por estadas de longa duração, destacando-se que mais de 100.000 hóspedes permaneceram no mesmo local durante pelo menos três meses.

Procura reprimida:

À medida que os países de todo o mundo começam a tentar afrouxar as suas restrições de viagem, assiste-se a aumentos súbitos de interesse pelos países que reabrem. Por exemplo, nos EUA, que historicamente é um grande mercado mundial receptor de viagens, durante a semana seguinte ao anúncio em 15 de Outubro que a data de reabertura seria a 8 de Novembro, a procura de reservas para dormidas de estrangeiros a partir de 8 de Novembro aumentaram 44%, e desde essa data a procura tem permanecido constante em mais de 4.000 destinos diferentes nos EUA, incluindo Porto Rico. Assiste-se agora a muito maior interesse em viagens de férias desde o ano de 2019: no final de Setembro, havia mais de 40% de dormidas reservadas para a semana de Acção de Graças nos EUA do que na mesma altura em 2019.

A tendência parece que irá continuar e estender-se até 2022: no final de Setembro, já se registavam mais 50% de dormidas reservadas em alojamento local do que em 2019, para estadas de 12 meses. Constata-se que as estadas de longa duração são as que mostram um crescimento mais rápido, estando ao mesmo nível das viagens familiares. No inquérito referido aos 7.500 consumidores de cinco países, o interesse global em viagens é elevado, com mais de dois terços (71%) a afirmar que estão actualmente a reservar ou a considerar viajar já para o próximo ano.

Viagens transfronteiriças:

Mesmo antes dos últimos anúncios sobre o levantamento das restrições fronteiriças, assistia-se já à recuperação tanto das viagens de longa distância como transfronteiriças: globalmente, as viagens transfronteiriças têm vindo a aumentar constantemente ao longo do ano de 2021: +20% das dormidas reservadas no primeiro trimestre, tendo passado para +27% no segundo, e +33% no terceiro trimestre.

Segundo os dados referentes a Outubro de 2021, as dormidas de viagens transfronteiriças reservadas atingiram aproximadamente 80% dos níveis alcançados no mesmo mês de 2019.

02 Dezembro 2021